9º Desfile Étnico-Cultural Arte e Folclore: Ijuí 125 anos – Nossa história, nosso orgulho.

Este desfile propôs uma abordagem cênica da história da constituição de nosso município, revelando fatos pregressos e fundamentais que levaram a existência de IJUHY como Colônia Oficial, ente político-administrativo, obedecendo a estratégia política do Estado Nacional (Brasil) e do Estado Regional (RS) a partir de 1890, até nossos dias, completando os 125 anos de história.

Junto ao Museu Antropológico Diretor Pestana (MADP) e pessoas da comunidade, textos, fotos, publicações e testemunhos que tratam da história de Ijuí e das Etnias, constituíram a fonte de nossa pesquisa.

Para a efetivação deste 9º Desfile, coordenado pela Professora Noeli Batista Baldissera, e com o apoio do departamento cultural da UETI, contamos com a participação e contribuição do Poder Público Municipal, Associação Comercial de Ijuí, Comissões da Expoijuí/Fenadi, entidades Associativas do Tradicionalismo Gaúcho, Igrejas, Escolas, Empresas, Hospital de Caridade de Ijuí, Grupo de Teatro “Só Alegria”, 27º GAC e pessoas da Comunidade em geral.

Este espetáculo foi apresentado em seis ALAS, organizadas seguindo o desenrolar da história dos 125 anos de Ijuí, e unindo dois a três grupos étnicos em cada tema proposto.

“O passado nós herdamos, o futuro nós construímos a partir de nossas ações.”

Iniciou com os Alunos da Escola Militar Tiradentes, conduzindo as bandeiras e a seguir os 12 Mascotes caracterizando em seu figurino a etnia que representam. Encerrando o Bloco Abre-Alas, desfilaram os Presidentes das 12 Entidades Étnicas: Afros, Alemães, Árabes, Austríacos, Espanhóis, Holandeses, Italianos, Letos, Poloneses, Portugueses, Suecos e Associação Tradicionalista Querência Gaúcha.

Tivemos a participação da Banda Marcial do Colégio Sagrado Coração de Jesus, Banda Marcial do IMEAB – Instituto Municipal de Educação Assis Brasil, antiga Escola de Capatazes e Banda Musical do Colégio Evangélico Augusto Pestana.

ALA 1 – ABRINDO CAMINHOS – AFROS E GAÚCHOS – 1890…

A encenação revive a história de Ijuhy (nome dado pelos índios Guarani ao rio que passa em nosso município) a partir de 1840, centrada na decisão de abrir a Picada Conceição e ações subsequentes que originaram a “Colônia Ijuhy Grande”. Esta picada foi aberta por José Gabriel da Silva Lima e José Manoel Siqueira Couto. Dentro da mata viviam os caboclos que se dedicavam a coleta da erva-mate e cultivo de subsistência. Foram os responsáveis pela limpeza periódica da picada, tornando-a transitável para as carroças e animais que transportavam os produtos da época.

ALA 2 – VIAGEM À COLÔNIA – ÁRABES, ITALIANOS E SUECOS – 1899 a 1910

VIAGEM À COLÔNIA (Italianos, Árabes e Suecos): 1899 a 1910 – Abordou a chegada dos imigrantes e re-imigrantes vindos das Colônias Velhas (principalmente de Silveira Martins) à “Colônia Ijuhy Grande”, à partir de 1890, seguindo a política adotada pelo engenheiro Augusto Pestana (1899-1912). Esta ALA trouxe elementos constitutivos dentro desta história: Navio (drama das famílias, saída da Europa e chegada em São Paulo); população a pé; barracão de acolhida… Cena marcante foi a reunião entre os colonos, convocada por Augusto Pestana em 1899, conclamando a todos para acabar com as divergências.. Este local ficou conhecido como Alto da União. Organização da Colônia, estrutura da linha Base e adjacências (distribuição dos grupos de imigrantes para as respectivas linhas; Firmas comerciais da época até 1910, encenando a Casa Dico (1890-1950) bolichão de Antonio Soares de Barros – o Coronel Dico. Na agricultura destaque para produtos de subsistência: milho,feijão, trigo, centeio, cevada, arroz, favas, lentilha, ervilha, alfafa, amendoim, mandioca, batata, cana-de-açúcar e fumo e exportação de banha, fumo, aguardente, milho, farinha de trigo, farinha de milho e farinha de centeio, manteiga, melado e rapadura…

ALA 3 – DO SONHO À CONSTRUÇÃO DA COLÔNIA IJUHY – ALEMÃES E ESPANHÓIS – 1911 A 1920.

Representou de forma lúdica através do Trem da História e Banda Eickopf a Chegada do Trem e a inauguração da Estrada de Ferro de Cruz Alta à foz do rio Ijuhy, em 19 de outubro 1911 por Augusto Pestana. Reviveu o evento de emancipação da Colônia Ijuhy em 31/01/1912 e posse de Antonio Soares de Barros Intendente que dirige seu destino político até 1937, o Coronel DICO. Representam o Clube Ijuhy – “Rosado da Praça” com animado baile de gala e de carnaval. Na economia comércio, agricultura e profissões da época. Na segurança, réplica do Tiro de Guerra 337 – Primeiro Quartel de Ijuí. Aqui vemos um pelotão de militares do 27º GAC em traje oficial histórico, representando a vivência da época.

ALA 4 – COMUNICAÇÃO, FÉ, EDUCAÇÃO E SAÚDE – ALICERCES DA NOVA COLÔNIA – AUSTRÍACOS, POLONESES E PORTUGUESES – Até 1940…

Apresentou um resgate da história cultural do povo formador de Ijuí, revivendo os costumes trazidos de sua terra natal. A base da nova colônia se assentou sobre três marcos fundamentais, os quais reproduzem experiências trazidas pelos povos colonizadores.

COMUNICAÇÃO – O início da comunicação em Ijuí se deu através da Rádio Poste, representada por uma torre. A comunicação escrita marcou a história dos jornais em Ijuí: o Kolonista Polski, Ijuhyense, Correio Serrano e Die Serra Post.

A FÉ e RELIGIOSIDADE foram fortes características dos povoadores da Colônia Ijuhy, originários de muitos rincões do Planeta. Aqui representaram a construção da Igreja fator determinante nesta ocupação. Elas foram se sucedendo numa linha norte-sul a partir da Praça Central. Embora a colaboração de setores da Igreja Nossa Senhora da Natividade e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, aqui é evidenciada a FÈ expressa nos diferentes credos vivenciados pelos vários grupos étnicos. EDUCAÇÃO/ENSINO – Encenaram a organização das famílias em mutirão para a criação de escolas particulares e mais tarde em Sociedades Escolares e Igrejas, as quais foram responsáveis pelo início da educação formal nos primórdios tempos de Ijuhy, inclusive com o pagamento do professor pelos pais dos alunos. Uma das primeiras escolas da Colônia foi construída com material de demolição de barracões, constando de duas salas de aula, uma para meninos, com o professor Roberto Roeber e outra para meninas com a professora Belmira Gonçalves Terra. Os dois professores foram responsáveis pelas primeiras conquistas do ensino: o prédio escolar em 1916, que tornou-se mais tarde o Colégio Elementar de Ijuí – primeiro Grupo Escolar, hoje o Ruizinho. Os colonizadores imigrantes afirmavam: “Sem aulas e estradas não haverá progresso”. Destacaram as escolas a partir de 1899: na Linha 10 leste A Escola Letta; na Linha 8 Leste a Escola Italiana Giovana Margarita; na Linha 6 leste a Escola Austríaca; na Linha 6 Oeste a Escola Alemã que dá origem ao CEAP, a partir da “Escolinha da Roça” e na Linha 1 Norte a Escola Polaca Santa Anna. Em 13 de janeiro de 1934, uma Comissão formada pelo Monsenhor Pio José Busanello, Antonio Setembrino Lopes, Fermino Lucchese, João Pizzato, Dona Vivisa Maria Schimidt, Nenê Bos e Ondina Ilgenfritz recebe com alegria a Escola das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus.

Merece destaque a expressão do Padre Polonês Antonio Cuber: “Nenhum pai de família poderá ser perdoado se não mandar seus filhos para a escola onde ela exista”.

SAÚDE – Salientou a preocupação com os cuidados relacionados à saúde desde o início da Colônia Ijuhy, representando a importância das Benzedeiras e Curandeiros dentro deste processo, evidenciando as Parteiras e as “doulas” responsáveis por acolher os novos membros da comunidade crescente. Foi encenado de forma emocionante o parto da época. Destacaram o doutor Ulrich Kuhlmann um dos primeiros médicos a atender na região, percorrendo grandes distâncias à cavalo para visitar seus pacientes. Chegou em Ijuí no ano de 1913, e fundou o primeiro hospital da nova Colônia: o “Hospital Ijuhy” Esta ALA representou a fundação da Associação Hospital de Caridade de Ijuí, destacando a família Chiapetta e as Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus pela sua contribuição decisiva para a existência deste hospital. Relevante foi a homenagem a alguns médicos antigos e atuais que fazem a história da Medicina em Ijuí – Armindo Pydd, Bruno Wayhs, Gilberto Pereira Gomes, José Obara e Mireia Simões Pires Wayhs.

ALA 5 – IJUÍ, COLMEIA DO TRABALHO – HOLANDESES E LETOS – 1941 – 1990

Apresentou os destaques na construção do pujante município que é a “Colmeia do Trabalho”, salientando as atividades econômicas e culturais deste período e sua evolução. Ao som do apito das fábricas evidenciou o crescimento da indústria, desde os alambiques, cervejaria, frigorífico, casa de banha, fábrica de escovas…; do comércio a começar pelos mascates até as grandes empresas hoje aqui presentes; importância do cooperativismo desde 1957, do ensino Superior iniciado pela FAFI – Faculdade de Filosofia – 1956 por iniciativa dos Frades Capuchinhos, chegando a UNIJUI em 1994; do Museu Antropológico Diretor Pestana… Culminou com a comemoração do Centenário de Ijuí – em 19/10/1990, ao som do Hino “Salve Cidade Centenária” áudio do Coral de Câmara de Ijuí.

ALA 6 – IJUÍ, TERRA DAS CULTURAS DIVERSIFICADAS – UETI

Ao som do Hino da FENADI, esta Ala encerrou o desfile. Foram destaque 3 carros alegóricos: Monumento ao Colonizador – homenagem ao homem da terra, aquele que com bravura abriu sulcos, semeou e viu florescer a esperança nesta nova terra. A todos aqueles anônimos, de diferentes origens que construíram esta história de 125 anos.

Galeria dos Prefeitos de Ijuí – homenagem aos administradores dos 125 anos de Ijuí, através de fotos, eles próprios ou seus representantes: 1912 – Dr. Augusto Pestana, Cel. Antônio Soares de Barros, Ulrich Kuhlmann, Intendente Alfredo Steglish, Emilio Martins Bührer, Alvaro de Carvalho Nicofé, Antônio Setembrino Lopes, Ruben Kessler da Silva, Joaquim Porto Vila Nova, Ruben Kessler da Silva, Lothar Friedrich, Benno Orlando Burmann, Eugenio Michaelsen, Walter Müller, Solon Gonçalves da Silva, Sady Strapazon , Emidio Odósio Perondi, Wilson Maximino Mânica, Wanderley Agostinho Burmann, Valdir Heck, Gerson Ferreira, Ortiz Iboti Schröer, 2015 – Fioravante Batista Ballin.

Carro das Embaixatrizes – casais das diferentes etnias representaram os 32 povos que constituíram nosso município, homenageando a todos aqueles que construíram esta história: FENADI – Símbolo do estado do RS. De forma cênica e lúdica, convidaram a todos para participar da Expoijuí-Fenadi 2015.